O Amor no Séc. XXI

Quem, como eu, nasceu na década de sessenta do século passado, não pode deixar de se surpreender com a evolução do amor e da forma como ele é encarado nos dias de hoje.
Isto a propósito de um bilhetinho descoberto no caderno da escola do meu filho, que a seguir reproduzo e traduzo (cuidei de apagar o nome da emissária, não vá o diabo tecê-las).
1ª parte:

"Olá Zé: Amo-te prometes que não fazes o mesmo dacilo de gostares das minhas colegas e amigas escreve numa carta. A e ainda somos muito novos para casar"

Começa com uma declaração directa de amor, mas adquire um tom prático e autoritário logo a seguir, quando exige que o Zé goste apenas dela e nada das colegas e amigas. Não há cá confianças, tem de escrever, caso contrário nada feito. Assumindo por escrito, o pobre do Zé fica de pés e mãos atadas e ainda sujeito a algum processo, caso pisque o olho a alguma das amigas. Remata com uma afirmação surpreendentemente realista e directa do tipo "tudo bem, até te curto e tudo, mas não estou para assumir compromissos quando ainda nem sequer tenho a 3ª classe"

2ª Parte:

Penso que se lê bem.

A exigência do silêncio, senão, nada feito. Remata com um esclarecedor "Pensa bem".

Conclusão:

No século XXI já não basta oferecer flores, prometer casamento e essas coisas que cativavam as raparigas de outros tempos. Não, temos de deixar por escrito a nossa fidelidade eterna e ainda aguardar que elas vivam a vida delas até se decidirem a casar connosco. Sobretudo temos de pensar bem antes de agir. As mijinhas fora do penico ........ Absolutamente proibidas!!!

Já não há românticos, nem românticas