Tenho de dar a mão à palmatória.
Sempre pensei que a escolha final fosse a Ota.
Sempre pensei que o génio obstinado do nosso primeiro ia ser determinante.
Afinal, estava errado.
A escolha final é o Campo de Tiro de Alcochete.
Se, na realidade, tivesse prevalecido o génio obstinado do nosso primeiro, a parte do estudo agora publicada, justificaria igualmente a escolha da Ota. As diferenças não são significativas, bastava dar-lhe um toque político, que a coisa passava.
No entanto, deu-se primazia à recomendação técnica. Ainda bem.
Passei as duas últimas horas a folhear o estudo, dando especial atenção aos dois capítulos sobre os quais posso emitir algum juízo de valor (os relacionados com a conservação da natureza e ordenamento do território) e só posso dizer duas coisas:
1º - Os responsáveis são técnicos de alto gabarito, dando garantias de que o estudo foi feito com verdadeiro espírito científico.
2º - Os aspectos essenciais estão lá todos. As análises SWOT são bem demonstrativas e justificativas da opinião final.
A reacção política (exactamente por ter sido apenas de cariz político) é bem demonstrativa de que a escolha foi baseada num parecer técnico e, independentemente da contestação que inevitavelmente irá surgir, ficamos com a sensação (quase certeza) de não há ali uma decisão baseada em factores obscuros.
Oxalá não me engane.
- Custa assim tanto fazer recurso aos meios técnicos existentes no país para tomar decisões tão importantes para a vida do país?
Um desejo final:
- Pode ser que no futuro, algumas decisões importantes, comecem a ser determinadas por quem realmente sabe dos assuntos e não pelo umbigo de quem, por acaso, tem o poder.
Pode ser..........
5 comentários:
Eu acho a tua análise muito cuidade, digna de um técnico na política. Contudo, acho que o nosso primeiro deu o braço a torcer para tentar ilustrar a sua não obstinação... acho que foi um rebuçado que não voltará a dar tão cedo!!!
Lá vem aí uma nova ponte sobre o Tejo!...
Acho que tens razão na tua análise (tb sempre achei a OTA um disparate), mas olha lá... daqui a vinte, vinte e cinco anos, quando o petróleo acabar, será que os aviões (que já não usarão combustível fóssil), precisarão de uma aeroporto daquele calibre? Desde que li, há uns meses uma entrevista com o Anthímio de Azevedo, além de deslumbrar-me com a sua lucidez, fiquei sempre a pensar na questão que lhe levantaram a propósito dos aeroportos . Do alto da sua experiência, referiu que a Portela + 1 daria perfeitamente para o gasto,tendo em conta a morte anunciada do petróleo. Nessa altura alvitrou o sucesso futuro do combóio. Gostei do que li, apesar do seu pessimismo ambiental.
Já tou fartinho de olhar para isso...
Finalmente decidiram-se por um dos sítios...
Beijos
E se a CIP não tivesse aparecido com o estudo? E se o Cavaco tivesse ignorado o dossier? Onde estávamos agora? Aliás, onde estaria o aeroporto?
Aquele abraço!
A quem é que o Mário Soares irá agora vender os terrenos?
Enviar um comentário